Essa areia é denominada “lastro” e armazenada em um reservatório na locomotiva que, quando acionado pelo maquinista, solta areia sobre os trilhos.
Isso ocorre em várias situações, entre as quais as partidas de pesados trens de carga.
No momento da partida, a locomotiva precisa ter força para movimentar as milhares de toneladas de um trem de carga.
Nesse momento, para quebrar a inércia, há necessidade de grande força de tração e as rodas motrizes da locomitiva poderiam “patinar”, fazendo com que o trem não saisse do lugar.
Com o despejo do “lastro” sobre os trilhos, a força de atrito é multiplicada e as rodas motrizes conseguem movimentar a locomotiva e, conseqüentemente, a composição inteira.
Vencida a necessidade de tração extrema para iniciar a partida das composições muito pesadas, uma vez em movimento, o “lastro” ou Areia para Locomotivas – Ferrovias, se torna desnecessário e o trem segue seu curso normalmente.
Nesse caso, a inércia age a favor e o baixo nível de atrito entre os trilhos e as rodas da locomotiva favorecem à manutenção da velocidade.
Rodas de trem podem patinar e patinam apesar de o coeficiente de atrito estático aço contra aço seco ser 0,5 ou até maior (vide a tabela).
Como funciona o atrito gerado
Apesar de o coeficiente de atrito não ser pequeno a força de tração em uma locomotiva que puxa uma grande composição é facilmente superada pela componente do peso paralela à rampa.
Por isso as inclinações das ferrovias são pequenas, menores do que as máximas inclinações em rodovias. Usualmente a inclinação em ferrovias não excede UM grau ou 2% (vide how-to-build-inclines-trains-can-climb). As máximas inclinações em rodovias como as BRs não excede usualmente três graus conforme discutido em Por que a inclinação máxima nas BRs não deve exceder 3 graus?
Quando trens não podem evitar terrenos muito inclinados, a exemplo da antiga Ferrovia Santos-Jundiaí (inaugurada em 1876), onde há aclives na serra próxima a Parapiacapa com 5 graus ou 8% de inclinação, outras formas de tração se fazem necessárias não apenas para subir mas também para descer.
No caso da Ferrovia Santos-Jundiaí os trechos muito inclinados eram vencidos com auxílio de cabos de aço, acionados por máquina estacionárias, que rebocavam os trens. A imagem seguinte mostra uma dessas máquinas subterrâneas agora preservadas em museu.
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